sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Crédito mais escasso afeta ritmo de vendas do comércio

Apesar de voltar a crescer em setembro, as vendas do comércio mostram "um nítido processo de desaceleração", provocado pelo crédito mais escasso e caro e pela elevação da taxa dos juros encerrada em agosto, avalia Nilo Lopes de Macedo, economista do IBGE.

Para o técnico, há três meses o varejo sinaliza uma "tendência mais clara" de perda de ritmo. "Parece que somente nesse período pudemos notar os efeitos da alta dos juros lá atrás", disse.

As vendas do varejo cresceram 1,2% em julho. Depois, caíram 0,4% em agosto. Em setembro, retomaram o crescimento, com alta de 0,6%. Tais desempenhos foram sempre comparados com os meses imediatamente anteriores.

De janeiro a setembro, porém, o comércio acumula expansão de 7%, num ritmo inferior ao registrado em 2010 (10,9%).

Além dos juros mais elevados e do crédito mais restrito, Macedo cita ainda a valorização do dólar e a inflação mais elevada em 2011 como fatores que inibem as vendas do varejo neste ano.

Em setembro, os setores com os piores resultados foram os de combustíveis (-1,1% ante agosto), equipamentos de informática (-5%) e artigos farmacêuticos (-2,5%). No caso dos combustíveis, diz Macedo, as vendas dos postos estão em retração por conta dos preços mais elevados principalmente do etanol, o que levou a uma redução do consumo.

Já informática e farmacêutica sofrem com o câmbio, já que boa parte dos equipamentos, insumos e matérias-primas desses setores são importados e ficaram mais caros diante da alta do dólar.

Na outra ponta, o destaque positivo ficou com móveis e eletrodomésticos _alta de 1,6% de agosto para setembro. Para Macedo, o ramo se beneficia de "um consumo reprimido das classes mais baixas que ascenderam à classe C" e procuram trocar ou ter acesso a geladeiras, fogões, máquinas de lavar e outras utilidades para o lar.

Fonte
Pedro Soares
Rio

Dilma sanciona lei do Supersimples

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira a lei que atualiza as faixas de receita das empresas enquadradas no Supersimples, tributação diferenciada para as empresas de menor porte.

Em agosto, o governo elevou em 50% os limites de faturamento dessas empresas, que com o Supersimples podem fazer o pagamento de seis tributos em apenas um único imposto. Agora, a receita bruta anual máxima para as microempresas ingressarem no Supersimples sobe de R$ 240 mil para R$ 360 mil.

A presidente Dilma destacou que as novas regras ajudam o Brasil a manter o crescimento econômico e ao mesmo tempo, distante de uma possível impacto da crise econômica internacional.

"A palavra que eu mais escutei[na semana passada, na reunião do G20] foi crise. Crise da dívida soberana, crise dos bancos europeus e uma ausência absoluta de retomada de crescimento econômico daqueles países, e acredito que o Brasil, com esse evento, dá um exemplo de que nós estamos em outra pauta", afirmou a presidente.

"Depende de nós ter uma atitude em relação a essa turbulência internacional, uma atitude de sobriedade", completou.

Serão consideradas de pequeno porte as empresas com faturamento anual bruto entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões. Os microempreendedores individuais também foram beneficiados. A receita máxima anual sobe de R$ 36 mil para R$ 60 mil.

GERADORAS DE EMPREGO

"Ela [microempresa] é a base da economia brasileira. Nós costumamos ver notícias sobre grandes empresas, mas não devemos esquecer que a maioria das empresas são pequenas e respondem por uma parte importante das atividades. Elas são as maiores geradoras de empregos (...) e nós temos visto que o Brasil tem sido um pais muito bem sucedido na geração de empregos", disse o ministro Guido Mantega (Fazenda).

As alterações feitas pelo Planalto atualizam a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, criada há quatro anos. Com a sanção da presidente Dilma, as novas regras passam a valer a partir do início de 2012.

O governo espera recuperar a perda de arrecadação de imposto de renda e IPI com o aumento da formalização de micros e pequenas empresas esperado com a nova lei.

De acordo com o Sebrae, o ajuste na tabela do Supersimples afeta diretamente mais de 5,6 milhões de empresas.

fonte:Folha

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA